Esperança vã
Quando morre a esperança, já nada resta, e por isso, agarramo-nos tenazmente a todas as possibilidades de futuro. Crispamo-nos, até, com as possibilidades mais fantásticas.
Antevemos o fim do consumismo, da globalização, do capitalismo e da democracia como se não passassem de estertores civilizacionais. Sabemos que a seiva da grande árvore da economia é feita de petróleo e que ela está a secar. Sentimos que o valor perene não está no dinheiro, nem nas substâncias preciosas, nem no conhecimento mas sim na energia.
Agora, por entre as brumas da desinformação, surge-nos a solução milagrosa para todos os nossos problemas: a fusão fria.
Ah! Esperança vã! Mesmo que funcione e venhamos a ter toda a energia que quisermos, isso não será suficiente para sobrevivermos às catástrofes convergentes deste século, pois para sobrevivermos temos que mudar a nossa natureza.
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Agora só falta mesmo acabar com a esperança. Assim.
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