quarta-feira, janeiro 07, 2009

Porque acredito na inevitabilidade do colapso?

Porque é muitíssimo mais difícil mudar uma sociedade do que mudar uma pessoa. Em demasiados casos, uma pessoa viciada em algo, apesar de saber que o vício lhe causa problemas de saúde, prefere manter o vício em vez de mudar o seu modo de vida. Não conhećo sociedade humana nenhuma que tenha mudado sem passar por um colapso. Muitas vezes, após o colapso de uma sociedade, surge outra que também colapsa. Por exemplo, veja-se a história de Idanha-a-Velha, Portugal, ou de Ávila, Espanha. Outro exemplo interessante é o apresentado por Thomas Homer-Dixon no livro "The Upside of Down": Baalbek, Líbano, onde o maior pedregulho jamais esculpido pelo homem nunca chegou a sair da pedreira (ver também isto). Este exemplo torna-se ainda mais interessante face à recente actividade isrealita na Faixa de Gaza. Ver, por exemplo, Robert Fisk: Why do they hate the West so much, we will ask. Por um lado, os conflitos recentes no Líbano, Israel, Palestina, Jordânia, Síria, Iraque, Irão, Paquistão, e Afeganistão são sintomas do recolapso da região onde nasceu a civilizaćão humana. O colapso desta região só não é mais rápido por causa do petróleo que ainda está lá. Por outro lado, a opinião maioritariamente vigente no mundo é que os Isrealitas "estão a defender-se". Ora isto é tão absurdo como dizer que "não há aquecimento global". Não acredito que o mundo inteiro actue efectivamente contra as catástrofes convergentes pois nem sequer consegue fazer a paz na situaćão tão claramente injusta do conflito israelo-palestiniano.