domingo, julho 27, 2003

"boys"

O governo começou a discutir os diplomas da R da AP no CM da passada 5ª feira. Não nos comunicou nada sobre essa discussão - o comunicado do CM é omisso sobre o assunto - mas o Expresso, sempre bem informado sobre o que pensa o governo, explica tudo. E tudo se resume à candente questão da nomeação das chefias. Já convenientemente esquecidos das eleições de 1995, onde foi tema central o "estado laranja" e a necessidade dos concursos para as chefias, incluindo os directores-gerais (!), o governo e/ou o Expresso (não se percebe bem) decretam que "Acabam assim os controversos concursos criados pelo Governo socialista." porque "Vão ser alargados os poderes dos directores-gerais da Função Pública, que passam a nomear todas as chefias intermédias." Excelente! O governo nomeia os DGs e estes nomeiam as restantes chefias. Simples e eficaz para termos um Estado a falar a uma só voz. AP profissional "à inglesa", diz-lhe adeus. A nossa AP não está preparada para isso. Aliás, para evitar embaraços do tipo dos ocorridos com a nomeação dos novos administradores hospitalares, vão ser criados cursos para os dirigentes com a significativa denominação "Cursos de Alta Direcção da AP". Com o poder de síntese que se lhe reconhece, o título do Expresso é elucidativo: só é "Proibida nomeação de "boys" pelos governos de gestão".