Coordenação Regional?
A confusão politico-partidária em que se está a transformar a nomeação dos presidentes das agora designadas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRs) mostra bem o que é a R da AP em curso.
As CCDRs são os organismos desconcentrados mais importantes da AP portuguesa - distribuem fundos pelos municípios, fiscalizam a sua aplicação, velam pelo ordenamento do território, aplicam os normativos ambientais, etc, etc - e o governo, numa medida de zelo descentralizador, resolveu entregar a nomeação dos seus presidentes aos presidentes das câmaras municipais das respectivas regiões.
Esta extraordinária medida, equivalente à escolha dos árbitros de futebol pelos presidentes dos clubes, não teve direito a mais que uns protestos moderados das ONGAs (que também fazem parte do colégio eleitoral a título decorativo) e dos partidos da oposição (preocupados em não aparecer como adversários da descentralização). O senhor PR não teve quaisquer dúvidas em promulgar.
Agora que chegou a hora de escolher, aconteceu o que tinha de acontecer. Com a excepção da região de Lisboa e VT, o aparelho e os autarcas do PSD escolheram os seus títeres para encabeçarem as CCDRs e os autarcas do PS gritaram escândalo!
Dentro de alguns anos, quando as boas almas se questionarem sobre a má aplicação dos fundos comunitários e sobre os atentados ao ambiente e ao território, talvez seja de poupar os funcionários das CCDRs e perguntar pelos que aprovaram a sua estrutura e direcção.
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