segunda-feira, setembro 01, 2003

Durão em Caminha

Estive "vai-não-vai" para ignorar o discurso do líder do PSD no último sábado. Mas como ele também é o PM, temos, ao menos para memória futura, de referenciar as suas afirmações sobre a R da AP. Não é que tenha dito grande coisa. Cito do Público de ontem: "Sobre a AP, que considerou a "reforma das reformas", anunciou que o governo apresentará trimestralmente um relatório sobre a aplicação das medidas de desburocratização." Mas não vi citada pelo Público, nem por outros orgãos de comunicação, aquela que me pareceu a afirmação mais preocupante: que as três propostas mais importantes da R da AP são as já apresentadas (administração directa do estado, institutos e estatuto dos dirigentes)! Se voltar à  nomeação de todos os dirigentes, nomear e demitir direcções de institutos "at will" e extinguir ou alterar o estatuto de "unidades orgânicas" por simples determinação ministerial constitui a "reforma das reformas", então é preciso dizer com clareza que o verdadeiro objectivo do governo é fazer um "take over" sobre o Estado. De forma legal, pretende-se partidarizar a AP a uma escala nunca vista - até o "estado laranja" do tempo do Dr. Cavaco será uma pálida amostra do que aí vem. Tomem atenção, porque, no estado em que estamos, não faltarão "opinadores" a explicar que esta é a única forma de pôr a AP a funcionar.