Ainda antes de começar só dois comentários sobre dois comentadores.
1. Vicente Jorge Silva (VJS), um jornalista virado político que admiro, deixou-se caír na esparrela e na sua coluna do Diário Económico mostra como está fora das questões essenciais ao afirmar: "A reforma da AP ... não é uma questão ideológica" e "Durão Barroso antecipou um quadro ambicioso, mas sereno e equilibrado". Sobre a ideologia nem é preciso falar, mas o quadro ambicioso (!!) - ambicioso seria, em vez de anunciar medidas genéricas já anteriormente ensaiadas, dizer que AP precisamos, em âmbito e dimensão.
2. José António Saraiva (JAS), um jornalista desejoso de ser político que não admiro, cai da ponte abaixo no editorial do Expresso ao abrir a prosa com a boutade da comissão. É que o PM criou, não uma, mas duas comissões com as caridosas designações de "estrutura de acompanhamento" e "Conselho Consultivo"!
Para reformar a AP deve começar-se por cima, isto é, pelo Governo. A minha primeira proposta é a redução do número de cargos ministeriais em 1/3 - passar de 18 para 12! Isto é realista e exequível.
Comecemos por onde não se deve mexer: PM, M Finanças, M Defesa, M Negócios Estrangeiros, M Administração Interna, M Justiça, M Educação, M Saúde, M Obras Públicas, M Ambiente (10 cargos). A fundir: Ciência com Cultura e Economia com Agricultura (embora a extinguir a médio prazo porque o Estado só faz asneira quando interfere com actividades produtivas) (2 cargos). A extinguir: M Presidência (basta um Secretário-Geral), M Assuntos Parlamentares (basta um Secretário de Estado), M Adjunto do PM (não faz falta). Para chegar ao total de 12 ainda falta dividir o M Segurança Social e Trabalho entre as Finanças e a Saúde, mas confesso ter algumas dúvidas e, a bem do compromisso, declaro poder aceitar um total de 13 cargos ministeriais.
Mas para começar a R da AP isto já não era nada mau.
Mais proposta a seguir.